23 março 2009

ANTROPOFAGIA ©





Tua carne é meu alimento
Unguento que me lambuza
Tua pele é meu refúgio
onde eu me abro e adentro
Dou-te de beber do meu gozo doce
Farto-me no teu êxtase denso
Cravo as unhas em teus pedaços
e mato a fome em teus pecados.
Minha gula não tem fim
Como não tem rima esse desejo
Tua vida é meu alimento
Farta mesa em que me sacio
Iguaria em que me despejo
Te devoro em lambidas
e em mordidas dilacerantes
despejando sobre as coxas
o meu saboroso cio...
Meu corpo escorre, latejante
E ao teu ereto eu me rendo
Tua carne é meu alimento
Eu me entrego ao teu nome
De uma vez por todas, eu imploro:
Mate a minha fome!
Mate a minha fome!