27 julho 2008

DEPOIS DE TI

Depois de ti
Não haverá mais ilusões
Não haverá mais teia, corda ou corrente
Nada que me ate a outra pele, a outros dentes.
Depois de ti
Não haverá mais corpo exausto e úmido
de gozares longos em faminta boca
Só haverá tua voz-tempestade-rouca.
Sussurrando desejo em arrepios.
Invadindo a noite em orgasmos frios.
Depois de ti
A ilusão será completa e crua
Desatado o cruel e impossível nó
de mesmo entregue, nunca ser tua.
Depois de ti
só haverá meu gosto
saciado da tua língua furiosa e quente
e minha carne exposta em vitrine nua
Depois de ti
estarei amarrada pra sempre,
atada ao teu existir e a esse amor profundo
Depois de ti
meu amor, meu desejo
que se dane o mundo!
Eu vou é mergulhar mais fundo!


Por Van Luchiari ©

18 julho 2008

INSTANTES

Eu tenho mil instantes para te dar
Mil beijos, mil unhas, mil peles...
Mil desejos, mil pedidos, mil gozares.

Eu tenho mil instantes para te amar
Mil fomes, mil línguas, mil entradas...
Mil perfumes, mil pecados, mil mordidas.

Mil infinitos. Mil eternidades.
Mil vontades. Mil caminhos.

Tu tens mil instantes para mudar a minha vida!


Por Van Luchiari ©

10 julho 2008

TE COMER


Te comer.
Te comer com a língua, te comer com a alma.
Te comer no elevador, no corredor, te comer com amor.
Te comer com manteiga, com mel, com sorvete, com chantilly.
Em pé, sentado, no sofá, no chão, na cozinha, no restaurante,
No prato, em duralex, em eucatex, no provador e naquela estante.
Te comer sem medo, sem pudor, sem medidas, sem dó.
Ao sumo, molhado, fluído, sólido e duro.
Te comer na cama, na grama, na aspereza do muro.
Te comer com gosto, com gula, te comer com fúria e prazer.
Até que em mim te derrames todo, te dês inteiro até o talo.
Pra encher meu ser de ti e minha boca do teu falo.
Até que me sacies. Até que eu engula teu nome.
Te comer em goles. Te comer com fome.
Te comer com fome.



Por Van Luchiari ©

03 julho 2008

GUARDA-ME


A tua carne é uma gaveta
onde eu deposito os meus fluidos
onde eu guardo os meus segredos
onde eu arremesso os meus desejos.
A tua pele é um baú
onde eu armazeno os meus sonhos
onde eu abafo os meus éteres latejantes
onde eu decanto o meu gozar inebriante
O teu corpo é um recipiente
onde eu derramo minha essência mais pura
onde eu lambuzo e perfumo o meu sexo
e a minha língua prova a intumescida cura.

Noutras palavras....


Por Van Luchiari ©